domingo, 31 de agosto de 2014

Inestimável vazio

Qual o valor
daquele vazio
que habita nosso interior?

Muitos o desprezam
"é loucura!"
enquanto outros, desesperam

Sentir vazio ainda é sentir
rima e combina
não entre na onda do reprimir

É ser sem se conhecer
ser um ser incompleto
e desconsiderado pelo seu ver

É ver sem o parecer
de sua alma
de seu ser

É ser um ser
que não conhece
o próprio ser

É focar no externo
sem antes considerar
no seu ser interno

É falhar no amar;
a falta do amor próprio
é o que nos faz pedras atirar

O vácuo interno suga
toda afeição da gente,
te faz parecer carente
e lhe traz o desejo fuga

De ti não vá embora!
Por favor, pelo amor!
O que procuras não está lá fora
mas sim em seu interior!

Tal vazio e depressão
não despreze, antes aproveite
pois nos força a buscar o deleite
da autocompletação!

A poetividade do relativo

Um papel branco com pouco escrito
me pergunto o que tem valor
a imensidão do papel ou o que leio?

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Que beleza, natureza!

Pinte a imagem
de uma praia bacana
guarde esta filmagem
dessa aura praiana

E aquelas areias
que, nos pés, tocam o couro
e desperta em minhas veias
um sentimento de ouro

Areias macias, cheias do inspirar
que, com o mar, rimam
rimam com as ondas do mar
rimas que me animam

E a brisa vinda do mar
que enche meus pulmões
e me faz pensar
nos diferentes corações

Que existem na natureza
não vista apenas no mar
a não ser através da beleza
do calar e observar

As ondas que aparecem e somem
com um som constante
me consomem
e me tornam um amante

Desta linda e amada terra
com esta linda e desprezada natureza
que, em meio a maldade humana, berra
ó, querida, gostaria de manter a sua pureza!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O presente da humanidade

O que eles fazem
o que almejam
ostentam
e idolatram?

Agem com leviandade
exaltam o narcisismo
rejeitam a bondade
com um toque de cinismo

Regra é a carência
vindo lá de sua essência
agem sem coerência
e se importam com a aparência

Em nada acreditam
a honra não creditam
ostentam a vaidade
nesta fria e feia cidade

Por que não ostentar
a bondade e honestidade?
A verdadeira beleza querem matar
está tudo uma calamidade

O respeito perdeu seu valor
com a ignorância exaltada
a alma segue calada
neste mundo de pavor

O sexo foi banalizado
o valor perdeu o compromisso;
o homem se tornou omisso
tornando-se, da futilidade, casado

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Ah, o navegar...

"A todo o pano!
Peguem os remos
trabalhem o que temos
pois tenho um plano!"

Disse o capitão
que se chamava emoção
ordenando os marujos
que eram dedos, sujos!

O vento não era soprado,
mas, sim, inspirado
para muitos, uma ilusão
era ela, a inspiração

As palavras, remos
e o poema, a nau
para expressar o que não vemos
e aproveitar o vendaval

O vento agitava o mar
com uma forte imensidão
estou a navegar
navegar no coração.

Quem é o dono do inspirar?

Dono da
inspiração
que escreveu
com o coração

Será que possui
autoria
do que escreve?

Não partiu de ti
o versar e o poetar
partiu do objeto
que o fez suspirar

Aquilo te inspirou
e o fez escrever
o que você murmurou
ou desejou viver

A inspiração
vem do externo
invadindo o interno
batendo no coração

Bate e reflete
e vai direto ao expressar
causando o inspirar
que bate e reflete
nas almas que ela faz suspirar.

Amor sem norte

Independente de religião
meu coração palpita forte
quando aprecio a criação.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O parto na serra


Observei
logo lá,
distante,
a cor do rei azul

Ele estava tão
manhoso de manhã
um pouco claro
mas sem sua luminária

Dentre as bordas
daquelas serras,
onde o reinado tocava,
o roxo ressoou

Na vastidão desse rei
continuei observando
a uva, em cereja,
se transformando

Como sangue imaculado
jogado na água que me inundou,
águas de um azul azulado,
a cereja dominou

Tão linda
e formosa aquela cor ficou,
e o parto, anunciou
em seu cenário em Pinda

Então a cereja
em laranja se transformou;
a cor que a visão almeja
meu coração, conquistou

Anunciando a vinda da prata
e queimava a visão
era branca como a nata
impondo sua razão

O prata então
em ouro se transformou
seu brilho, aumentou
elevando-se pela imensidão

O rei, então
de seu sono despertou
seu corpo (e reino) clareou
revelando o que estava na escuridão

Com isso surge,
junto com a obra-prima,
a beleza que minh'alma tanto urge,
junto com a rima

Então nascera,
sem covardia,
aquela estrela
trazendo a luz do dia.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Entre os ires e vires da vida

No caminho
nos encontramos
conosco
ou com gente
mais reflexivas
que o próprio espelho
reflexo natural
refletindo coisas da alma
reflexo primordial
essencial
para a essência!

Como é bom
e gostoso
interagir
e se rodear
com pessoas
que nos inspiram
e nos lembram
de nosso próprio
gosto musical!

Seria isso
a sincronia da alma
ou uma coincidência cabal?

É, não serei omisso,
manterei minha calma
não é nada banal,
pois sorrir é ouvir
lembrar
e sorrir
com músicas que nos
ensinam o contemplar
as coincidências
incidências
para a beneficência
de nossa consciência;
a minha alma, que sorri
coisas de outra alma, quase não percebi
tais coisas que nos vêm do observar,
que encontramos nas palmas
dessa, que vale por almas
e que me faz poetar.

Razão arterial, emoção racional

— Ei! Você, venha aqui!
— Olá, senhor policial!
— O que você está fazendo aí?
— O que posso dizer... matando!
— Matando? Venha aqui!
— Matando meu tédio.
— Desacato é? Vou lhe mostrar o remédio!
— Me perdoe! Ando um pouco devaneando...
— Não conheço tal palavra, está de zoação?
— Me desculpe! Só falo coisas da emoção.
— Tudo bem, conheço o mal do poetar.
— Conhece? Por acaso está no apaixonar?
— Por você, que demonstrou forte emoção!
E foi simples assim que minha cabeça
se uniu com meu coração.

Ainda bem que sou fraco, defeituoso

Bendito é o homem fraco
que conhece sua fraqueza,
pois o conhecer é a sua fortaleza;
este é como Davi
que, em vez de bater de frente,
depositou sua confiança
e venceu o homem arrogante
usando a sua fraqueza
como fortaleza;
tal homem arrogante
que se eleva pela sua fortaleza, tolo!
Transformou sua força
em sua maior fraqueza.

Nota aos leitores

Venho por, intermédio deste post, agradecer o carinho de suas visitas!
Tenho notado que, quanto mais obras minhas posto em meu blog, mais visitas ele recebe. É gratificante escrever sabendo que alguém vai ler, fiquem com o meu sincero e modesto obrigado!

Fiat lux!

Disse O Eterno no início da criação;
como não somos Ele para criá-la
que tal sermos a luz?

Luz cultural

Cada vez que busco
saber mais das coisas
mais percebo
como não sabia
e como ainda não sei
e como ainda não saberei

Se eu não estudasse
não saberia o quão aluno
eu sou
nós somos;
se não pesquisasse
ainda pensaria que
esta maravilhosa e
linda Terra
seria o centro do Universo
sendo que
tudo
e
nada
é o centro de nossa dimensão

Como alguns sábios
disseram
"só sei que nada sei"
pois o pouco conhecer
nos dá uma relativa
arrogância
arrogância de nossa
ignorância
cômico, não?

Pois prefiro ser
modesto e assumir
que sou fraco e
não sei de nada
do que mentir
e me exibir,
falando "contemplem-me!
Contemple-me pela minha
graciosa inteligência!
Sou melhor que vocês
pela minha ciência!"

Ora, o verdadeiro
inteligente sabe
o quão burro
e
limitado
ele é,
percebe que
o que merece ser
contemplado
é a imensidão
de nosso Universo;
da imensa e grande
variedade de espécies
de seres vivos em nosso
planeta (e no Universo?);
sem contar
a riqueza e imensidão
histórica e cultural
de nossa vida
ou de algum nosso ancestral!

Enfim, vamos contemplar
explorar
estudar
e amar
toda a criação
sendo você criacionista
ou não
agnóstico
ateu
ou ateu parcial
(que é o religioso
seja ele monoteísta
ou politeísta
o ateísmo é relativo)
já que tudo foi criado
para alguns, por um
ou mais seres espirituais
sobrenaturais;
já para outros
criado pela causa
de algum evento físico,
químico,
ou físico químico;
respeito a verdade
alheia
mesmo sendo diferente
da minha,
que acredito
que tudo foi criado
pelo Eterno;
considerar tais
e
outras
ideias
também é contemplar
o nosso maior
e melhor
patrimônio humano:
a cultura.

O tolo e as trevas

Busquei conhecimento
corri atrás
e questionei
aquelas trevas que
me
circundavam

"Por que tão grandes?"
então, do abismo
aquelas sombras me
responderam
"Porque grandes coisas
estão ocultas"
respondeu de volta
sem, ao mesmo
esperar eu falar

"Quero saber
quero conhecer
o que está oculto
nessas trevas;
quero estudar
quero explorar!"

Então o abismo
me pareceu vazio
me pareceu abismo;
buscando a luz do conhecimento
me concentrei naquele momento
aprendi a aproveitar
aquele momento de trevas
estava no profundo
estava no escuro;
então, enfim,
encontrei a tão
desejada
e
querida
luz

Antes, o círculo pequeno
iluminado
onde eu vivia
foi extirpado
excluído
banido;
aquilo era passado
agora, a área
iluminada
era maior;
nada era como antes
via mais coisas
observava mais detalhes
daquela parte escura
em que, outrora,
me aventurara
estava iluminada

"Como pude ser tolo!"
disse comigo
"Você sempre será
tolo!
Só evite ser
um tolo ignorante"
me respondeu o abismo,
que parecia ter crescido mais

Ó, tão imensas
e densas
trevas
que me circundam!
Antes pareciam poucas
agora que sei
de mais coisas
elas aumentaram!

"Você não pode ter trevas"
me disse o
fanático religioso
que, olhando para mim
clamou que sabia
de meu fim;
estava espantado
pois, para ele
eu havia me perdido
em trevas;
ora, perdido estava ele
por ter medo do desconhecido
por temer explorar
estudar
e entender
a própria consciência,
em tentar
transmutar
suas trevas em luz
continuou naquele pequeno círculo
de luz,
confiante de seu conhecimento,
seguro em sua consciência;
ele é um tolo,
pois, daquilo que o circunda,
não busca uma maior ciência.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O que é a verdade?

Qual o teu
compromisso
com ela?
Não seja omisso
pois muitos dependem
daquela;
parece tão
distante
desse instante
aquela tem
muitas faces
mas a mesma origem;
muitas interpretações
mas a mesma sabedoria

Verdades por detrás
de verdades,
sustentadas
por verdades
e justificada
por verdades;
tal fluxo de
verdades
é constante
é natural;
a mentira
é a pausa
interrupção
desse fluxo;
quem vive
verdadeiramente
colherá verdades
já que
verdade atrai
verdade,
sinceridade atrai
sinceridade,
mas a mentira
esta atrai destruição
destruição do ser
que a toma por
verdade

E aí
qual a tua
verdade?

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ei, por favor, me dê uma moeda e um pouco de esperança

— Me dá uma moeda?
Dizia o andarilho, derrotado, esparramado pelo chão de uma calçada, no centro daquela floresta urbana. Muitos olhos e poucos corações passavam por ele naquele dia conforme suas mãos se enchiam dos centavos. A barriga daquele andarilho roncava desde o dia anterior, como os preços continuam subindo com a inflação, sua solidão acabava sendo acompanhada daquela constante fome. Seu rosto estava todo ensebado, sua barba estava disforme e seu cabelo, oleoso e embaraçado. Não dava mais para deduzir qual era sua etnia devido à quantia de sujeira em seu corpo, mas o que isso importa? Afrodescendente ou caucasiano, ou talvez de origem asiática, aquele ser humano era tratado como tudo, menos como o que ele realmente era: um humano.
Depois de algumas horas, logo o mendigo percebeu que a quantia de olhos aumentava, conforme os corações diminuíam. Era julgado sem saber, condenado sem se defender. Enquanto isso, sua fome aumentava e seu coração murchava — este também estava faminto.
— Rogo, Senhor, que me dê uma salvação! Uma mão amiga, um alimento na barriga, e amor no coração!
Clamava o mendigo aos céus, conforme sua miséria aumentava. Mesmo falando, parecia mudo para os olhos — eram olhos que passavam, não ouvidos. Até então, nunca um ouvido havia passado por aquele lugar, apenas olhos. Olhos de pastores de igreja, de políticos, de pessoas "boas", olhos gordos, olhos bem dotados, olhos bem supridos, olhos doentes, olhos sadios, olhos saciados, olhos médicos, olhos executivos, olhos trabalhadores e olhos famintos. Todos distintos? Não! Todos esses olhos (e quantos olhos!) tinham uma, e apenas uma, coisa em comum: eram cegos. Tal cegueira se devia à falta do coração — ou ao uso errôneo deste.
Enquanto olhos e olhos passavam, a fome e a dor do mendigo aumentava... seu braço começava a doer, e seu corpo, tremer. Enquanto estendia as mãos para os olhos, expressando a agonia que encontrava em seu ser, tais olhos ainda continuavam cegos. Talvez os céus atenderam seu pedido, pois da miséria ele estava saindo — seu coração estava parando. Enquanto seu rosto se contorcia de dor, e fluídos saíam de suas entranhas, os olhos continuavam passando e passando, enquanto a vida daquele ser humano ia se apagando.
Então, depois de alguns minutos, a agonia daquele pobre homem, enfim, havia acabado! Estava em paz, acolá.
Enquanto isso, no mundo dos homens, naquela floresta fria e urbana, os olhos voltaram sua atenção para o invólucro carnal daquele que foi desconsiderado: estavam espantados pois, quando olharam para o corpo daquele que sucumbiu, aqueles olhos viram um espelho. "E se fosse eu ali?" se perguntou alguns olhos quando começaram a ver com o coração, enquanto outros olhavam para o cadáver com desdenho, nojo. Enfim, depois de alguns minutos, um olho viu o que nenhum havia visto naquele homem, e resolveu agir para mudar aquilo: chegou, cheio de ternura, perto do corpo daquele mendigo e, em um gesto bastante humano, pegou as moedas que estavam em seu pote.
Então a vida continuou naquela floresta cinzenta, floresta urbana, floresta "humana". É, a vida continuou mesmo.

Me livre das aparências!

"Procuro quem me ame
me adore
me adorne
e me contemple

Que não me mude
nem critique;
nem me impeça
de eu comprar aquela peça

Que me chame de amor
nas redes sociais
para dizer a esses banais
sobre o nosso fervor

Não quero que olhe
para a minha cara
apenas se declare
para fazer ciúmes naquele
ou naquela
que possa ver nossa felicidade, ele
que possa nos invejar, ela
por mais que seja nossa dor
as aparências importam
mais
que o amor"

Descrição é essa acima
dos romances modernos
vidas paralelas, infernos!
com o coração isso nada rima

Peço, por favor
disso, fazer parte não desejo
desse falso amor;
algo verdadeiro almejo

Naquilo não atrevo me pôr
nesses romances que se importam com o look
não quero esse amor
amor de Facebook.

Entre os tiques e taques

Tique
taque
tique
taque

O som do relógio
rima
a alma de quem
vive de rotina

Por que
tique-taque?
Não poderia ser
taque-tique?

Táru-tóra
você tem uma escolha
Pôlho-pólha
seja difícil, embora

Dôlmo-dálma
sincronize com o relógio
bôgia-bógio
ou escute sua alma

Rotina é
coisa de computador
compute sua dor
para, de sua alma, ver o qualé

Acorde (se)
pois sua alma não irá ressoar
se na rotina ela se encontrar
ame (se)

Antes que acabem
seus tiques e taques
maris e moras
ou qualquer que for
o som que emana
e ritma
no teu interior;
não precisa ser
tique-taque
nem com o relógio
sincronizar
você, meu amigo, deve
com sua alma
sincronizar.

domingo, 17 de agosto de 2014

Para as estrelas

É nesses momentos
a alma murcha
e o corpo desfalece

As forças somem
os braços,
junto com as pernas,
bambeiam
e falham em sua força
como se estivessem
sendo sustentados
apenas pelo teu tronco
pois a força esgotou
a esperança, sumiu
o sentimento dominou

O luto veio
junto nesse dia
onde as gotas caíam
com aspectos de lágrimas;
quando alguém parte
não choramos
por causa da partida
da pessoa,
pois em um lugar melhor
entre as estrelas
ela está
nós choramos é
pela nossa estada
neste mundo
sem aquela querida
e amada
pessoa.

Linda estrela que dança no céu

Olhe para o céu
veja quantas estrelas!
Tão lindas
e belas...

Seja em constelações
ou galáxias
elas dançam
elas brilham

Tamanho brilho
que percorre o cosmo
de longe sua luz vem
acertar nosso coração

De longe
frias elas parecem
mas disso não padecem
dançando na melodia da eternidade

Então dançam
e não se cansam
então cantam
e não se calam

Na melodia da eternidade
muitas ainda irão surgir
umas com nome
outras sem

Entristece o meu coração
quando reconheço
o começo de super novas
estrelas na constelação

Estão lá
dançando entre si
comemorando a eternidade
acolá

Estrela loira, na Terra deixou de brilhar
da carne largou o véu
para, no Eterno, dançar
guarde o meu lugar
neste infinito e lindo céu.

sábado, 16 de agosto de 2014

Um ser nada racional, não me leve a mal

Irracional
rima com animal
animal sentimental

Tão mortal...
e brutal,
às vezes banal

Tento ser formal;
para o emocional
não há manual

É o caos mental
às vezes, irreal...
surreal!

É brutal
rimar com celestial
sobre algo tão infernal

Falo com aval
de meu ser primal
de meu invólucro carnal

Repetir rimas pega mal;
se eu fiz coisa tal
me perdoe, foi mal

Por ter sido abismal
ou apenas normal;
neste bipolar carnaval

Este vendaval
é o efeito colateral
de um ser e ser emocional.

Animal emocional

Uma euforia descomunal
agita as águas
de meu mundo, emocional!

Procuro escrever
por extenso
o que é é intenso

Mas que doideira
e que loucura
será que há cura?

Ser assim,
emocional
é este meu confim?

Difícil é ser
este animal
emocional

Busco o controle
mas busca gera mais
descontrole

Talvez seja lavra
de coisas de minh'alma
então uso a palavra

Para explicitar
através de versos
inversos
sentimentos no poetar.

Não é uma novidade

"Estude sem pensar, absorva sem questionar, a sociedade precisa de você!
Adeque aos padrões dela, reprima sua individualidade. Você é uma máquina, onde o DNA é seu número de série. Gere dinheiro para ter uma vida de significado!"
É o que nos ensinam na escola.
Não nos dão escolha; nos dizem "siga o rebanho, seja quem você não é, pois a felicidade encontra-se na ostentação e na consumação do capital"
Preocupam-se mais em programar do que com o pensar, negam a espiritualidade e individualidade humana como se fôssemos máquinas que precisam ser calibradas e padronizadas.
Quem é quem diz que as pessoas devem ser?
A máquina chamada "sociedade" nos trata como máquinas; viva por ela e, no final de sua vida, você descobrirá que nunca viveu para si.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A máquina perfeita

A poesia é uma máquina perfeita
Traz à luz cada coisa inconcebível
Usando qualquer coisa como combustível.

Tolos desletrados

Existe uma chaga
uma doença
que mais parece praga
e pode causar desavença

Esse pessoal que se diz são
e da ciência
exaltados pela própria consciência
erram na comunicação

Gênios desletrados
desprezaram sua cultura
atacando, sem muita ternura,
quem critica seu português frustrado

"Infantil!
Mal educado!"
Seria eu
pouco educado?
Porventura desprezo eu
a educação de minha
nativa e querida
língua?

Infantilidade
puerilidade;
Não me ofendo
com tal adjetivo
pois, não nego,
sou uma pessoa de esperança,
sou feliz com poucas coisas,
uma eterna criança

E aqueles que
tentaram me ofender
muito obrigado
por me dar o que escrever.

Aviso ao senhores passageiros

De uma possível turbulência!
O coração foi atingido
bem lá na essência

Pobre humano

Fez um ato de carinho
foi mal compreendido
"Interesseiro!
O que você quer?"
atacaram o pobre rendido

Havia enviado uma oração
de uma outra religião
para uma pessoa
de outra
religião

"Não acredito nisso
deixe de ser tolo!
Pare de me enviar
ou selão te esfolo!"

Outro também
sem religião,
de sua razão, aquém
desprezando aquele
alheio
e caridoso
coração

Muitos deixam de ver
a humanidade
nas ações religiosas;
então muitos roubam
e não são julgados;
muitos mentem
e são seguidos;
essas coisas poucos veem
por causa da máscara
daquela
religião

No entanto
gestos de carinho
são tratados religiosamente;
uma oração
vinda do coração
movida pela compaixão
por mais que seja
de
outra
religião
não deixa de ser compaixão,
carinho,
ou até do coração!

Por que tratar
pessoas
por suas ideologias?
Somos homens
não ideias,
somos palavras
dentro de recipientes
calorosos e emocionais,
em cada frase
ação
pensar
e reação
há um pedaço de nós
por mais
pe
que
no
que seja esse pedaço,
nele está nosso coração
pois nele
depositamos emoção,
então
não menospreze
não esse pedaço
em prol
de sua religião,
mas veja o ato
e coração
humano
atrás
desse pequeno
e desprezado
pedaço

Eu não sou
o cristianismo
nem o umbandismo
nem o judaísmo
nem religião alguma
não sou um credo
nem fé,
sou mundano
mortal
falho
humano.

A cereja é relativa

Então muitos saíram às ruas
"Queremos consumir!"
Delinquentes!
Marginais!
Os adjetivos foram tais,
dirigidos para os protestantes
que protestavam
em favor daquela droga
"Queremos consumir!
Queremos legalizar!
Nossa voz vocês vão ouvir
para, com o tráfico, acabar!"
Gritavam, com cartazes
enquanto policiais
e
protestantes
clamavam
"Com a sociedade querem acabar
não devemos nos expor
essa droga irá nos matar
à democracia iremos nos opor!"
Então criticavam
atacavam
maltratavam
matavam!
As pedras vinham
da delegacia e da igreja
enquanto o povo protestava
"Vamos legalizar a cerveja!".

Estados Unidos, 1933


E então postou no Facebook

De como a vida ela aprecia,
fotos e frases de como sorria;
não se convencia.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Preconceito é

Olhar sem ver
julgar sem conhecer
odiar sem se amar.

Balada do introvertido

"Ei, cara
é sexta a noite
vamos pra balada
larga dessa vida,
venha curtir a madrugada
e se encher de bebida"

Disse o extrovertido
se achando divertido
proferindo um discurso conhecido
para alguém introvertido

Por ser reservado
julgam-me por não viver;
mas algo que eles não querem crer
que, ser assim, não há nada errado

Dizem que preciso de mais emoção
que preciso andar mais pelas noites;
eles que são tristes
pois precisam de atenção

Vampiros sociais
agem mais como animais
"olhou feio, vou te bater
você irá se arrepender"

Que tristeza, que loucura
por que você tenta
provar
algo que tu acha que é?

Socializar
não irá lhe fazer
as pessoas te amar;
antes elas lhe farão sofrer

O triste é ver
alguém tentar se convencer
de sua fingida felicidade
demonstrando mediocridade

Superficialidade é a chave
por isso que
muita gente extrovertida
critica
a
profundidade
e
a
importância dos livros
e
pessoas
livros e pessoas

Rimas estruturadas?
Palavras repetidas?
Pra que estruturação
se o que importa é a informação
expressa com emoção
vindo do fundo do coração?

Os introvertidos sabem
o tempo que demora
para ler aquele livro;
apreciamos profundidade,
quando abrimos um livro
nosso desejo é
lê-lo
não guardá-lo
seja para mostrar para os amigos
ou apenas para dizer que leu
gostamos de ler
sem ostentar
gostamos de conhecer
e nos aprofundar
sem nos comprometer
com a locução "se achar"

Gosto de ver
beleza em tudo
e nisso me julgam;
contudo
aquele que julga
sem antes conhecer
nunca saberá
se a mina é de
ouro
cobre
bronze
prata
ou diamante;
quem julga
apenas verá o carvão,
tristeza
e desilusão;
quem julga
jamais terá esperança
jamais terá perseverança
de tanto julgar
o julgamento vira
o seu próprio
jugo

Nada precisamos provar
pois o introvertido é auto
imerso
e auto-auto
conhecedor
de si
mesmo;
completo, por assim dizer
se é que vai me entender
alguns buscam harmonia
outros conhecimento;
nada de futilidades
nem frivolidades;
apenas finalidades

Esse é o perfil
de um tipo introvertido;
veja
não há nada errado
em encontrar diamantes
em meio ao carvão;
pois muitos de nós
sabemos que
precisamos de devoção,
adentrar em florestas
e não se cortar nas arestas
para chegar ao coração.

Serenidade turbulenta

Tanta turbulência
com tantas poucas palavras
no peito, coisas aguardam a lavra
lá de dentro da essência

O caos se funde com a serenidade
anunciando a emocional calamidade
as sombras riem da luz
no que parece ser a minha cruz

A irracionalidade parece lei,
uma expressão
daquele grito que não dei
ainda preso no coração

Vozes assombram minha cabeça
e possibilidades, meu coração
mesmo que minh'alma desfaleça
controlarei esse grito em forma de canção.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ironicamente (in)diferente.

Ela era uma menina interessante
agoniei, ela não se importou
passei triste, pouco me notou
estive feliz, nada me demonstrou
até então eu ficar diferente
aí, meu amigo, não é que a garota incoerente
em outra pessoa se transformou?

domingo, 10 de agosto de 2014

Blueboleta

Dizem que o amor
te faz sentir borboletas
subindo pelo seu ventre
causando o frio
causando o calor
unindo os opostos

Por que borboletas?
Não poderiam ser mariposas?
E formigas?
Por que só borboletas amam?
Por que limitar o amor
para apenas sensações
se este
também se manifesta por ações?

Por que limitar
catalogar
julgar
e apontar o que sinto
se
quem mais o sabe
sou eu
que é quem o sente?

Por que a intensidade é medida
os amores, comparados
os romances, equiparados?
O clichê é a morte
da originalidade
e da honestidade;
sinceirdade!

Muitas vezes
pontos finais não servem
para terminar o texto
mas sim
para indicar
o fim do passado
e o início do presente;
continuidade,
possibilidade.

O amor não se limita
não só se manifesta
por verbos
orações
paixões;
pois este
é o identificar
é o comparar
é o se colocar
no lugar daquele
alma
naque
almanaque da alma,
o compêndio do ser
junto com a
simples e cumpli
cidade
de ambas
as vítimas
deste fraco
porém forte
sentimento.

Cabeça amarela, dedos coloridos

Que linda beija-flor, pensei
"é como um poço", julguei
mas era uma poça, eu errei.

Alma de dois gumes

Então estava lá ele
com a espada na mão
e a moral no chão;

Hesitando o soar da espada
pois temia a morte daquele ser
que o fazia tremer

Se questionava sobre aquilo
"Como a morte deste ser
poderia me favorecer?"

Enquanto questionava
e seu braço hesitava
o anti-herói deu um parecer

"Tende compaixão de mim
pois eu fiz o bem
me deixe ficar aquém!"

"Me julgas por inocente
bem sei o que fez
de seus males estou ciente"

A compaixão lhe falhara
assim que a espada descia
e a cabeça do rendido, cortara

Assim morria o herói
e nascia seu anti;
fazendo algo que o destrói.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Literal, e mente

E essa
paixão
que me arremessa
coisas no coração?

E a mente
que devaneia,
que a faz cheia
somente?

É essa doideira,
loucura,
me tirou daquela carreira
para a li
terá
mente
por causa da li
terá
atura;
só ela me atura
literatura.

Flor do sul

Muito de mim você estima
querida jasmim
comigo você não rima.

Vossa mercê

Em minha mente, um dossiê
meu coração, você,
o amor que não se vê.

O que realmente importa?

Imagem tirada de: http://www.spiritual-knowledge.net/articles/karma.php

Antes pobre
hoje rico
por causa daquilo
que chamamos
de amigo;

Amigo é
quem nos enriquece
e nos fortalece
culturalmente
musicalmente
filosoficamente!

Quer maior
riqueza
do que
aquela da alma?

A riqueza física
não tem nada lírica
é fria
é feia
é incompleta;
com a alma
nada rima
nem combina,
pois a alma,
com calma,
não se enriquece
nem com ouro
nem com prata
nem com diamante
nem com herança;
a alma, meu amigo
é a essência
do ser
parecer
fazer
e compadecer;
esta se enriquece
quando deixamos
de
lado
a indivíduo
alidade
individualidade
quando ela
para
de pensar nela mesma
para considerar outras
outras almas
outros corações
outras histórias pois
como alguém respeitará
tua própria
e única
essência
se a
individualidade
alheia é
desprezada?

O que compomos
é o que colhemos;
o que proferimos
e o que agimos
contra ou a favor
de outras almas
é também contra
ou a favor
de nossa
própria e
única
essência;
não faça dela
uma
ex
cência
ex-ciência
de você.

sábado, 2 de agosto de 2014

Something I was trying to

imagem de http://www.blirk.net/sea-wallpaper/6/1920x1200/


I was drawing
words in the paper
figuring out a feeling
this is now, not later

Writing is atemporal;
an art of expression
expressing some passion
being a metaphor or literal

This can be
a metapoetry
for its geometry
of feelings, a sea

If you distinguish,
a thing not so uncommon,
this poetry is in english;
come on!

I feel better
when words take control;
I present you, from my soul
this short and sincere letter.